O que mudou, o que falta mudar?

É importante esclarecer que desde a manifestação “CCZ: Muda ou Fecha” muita coisa mudou no CCZ de SP.

A Comissão de Proteção aos Animais (CPA) tem trabalhado muito, conforme pode ser conferido em nossa página inicial. Voluntários tem feito um trabalho excepcional dentro do órgão, e alguns funcionários tem se desdobrado para proporcionar  aos animais um pouco mais de conforto e bem estar. Mas as mudanças referem-se basicamente aos canis coletivos, ou seja, os canis onde ficam os cães SRD, canis que qualquer um tem acesso.

Canil Coletivo

Canis coletivos

   

A realidade dos canis individuais, onde ficam os cães estigmatizados como agressivos (pitbulls, rotweillers e outros de grande porte) é outra.

2011

2008

São 134 cães que ficam confinados em canis numa ala isolada, inacessível, fechada, úmida, fria.

Destes canis 121 medem  80cmx1, 10m, e 15 tiveram sua área dobrada, ou seja, 1,60mX1,10m.

Todo esforço para melhorar a vida destes cães é feito por parte dos funcionários, que se desdobram para levá-los para passear, que iniciaram a quebra dos canis por iniciativa própria, que tentam, dentro das suas possibilidades, amenizar o sofrimento destes cães, dóceis em sua maioria, que foram abandonados pelos seus tutores e agora sofrem com o descaso da Prefeitura.

O local é perfeito para escondê-los, é fechado, inacessível... Fica longe dos olhos das pessoas.

É lei estadual é clara quando diz que cães mordedores devem ser inseridos em programa especial de adoção, porém a maior parte destes cães estigmatizados como mordedores, nunca mordeu ninguém, mas ficam ali, confinados, passeiam, na melhor das hipóteses, cerca de 30 minutos diários e tomam Sol nesse período. Esse confinamento causa nos cães um transtorno comportamental, muitas vezes, irreversível. A comissão possui laudos de animais que foram eutanasiados devido à automutilação por estresse de confinamento.

Enquanto isso, a Prefeitura passa a idéia de que todos os cães estão bem acomodados.

Em 2010, com uma verba de mais de 14 milhões para o CCZ, valor mais do que suficiente para mudar essa realidade, a COVISA (responsável pela coordenação do órgão) gastou pouco mais de 2 milhões e devolveu o restante para os cofres públicos.

Desde 2009 a Comissão luta por esses cães que sofrem o abandono, sofrem nas ruas com apedrejamento, pauladas, são queimados etc.. Algumas promessas:

• Campanha de castração e identificação prioritária.

• Envio dos animais para hotéis com cinotecnicos para que fossem ressocializados e reinseridos na sociedade.

• Reforma da ala atual.

Nada cumprido.

É esse o descaso, por parte dos representantes de Prefeitura, que acontece com os cães na maior metrópole da América Latina. 


Isso o que não pode acontecer.

Se foram enviados, em 2010, cerca de 14 milhões para serem usados em reforma e manutenção do órgão, porque a COVISA não mudou essa realidade que vem sido discutida e denunciada há dois anos? Porque não cumpriu as promessas?

Por que COVISA?