segunda-feira, 4 de julho de 2011

01/07/11 Jornal da Tarde - Polícia investiga maus-tratos a animais no CCZ



Polícia investiga maus-tratos a animais no CCZ

MARICI CAPITELLI

Inquérito aberto na Delegacia de Crimes Ambientais investiga se a Prefeitura está cometendo maus-tratos contra cerca de 130 cães que vivem isolados no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). Esses animais, a grande maioria pit bulls e classificados como agressivos, ocupam celas individuais.

A falta de espaço para se movimentarem e o ambiente escuro e sem sol foram avaliados como prejudiciais à saúde física e emocional dos cães por uma perita judicial. A Secretaria Municipal de Saúde, responsável pelo CCZ, afirma que está resolvendo os problemas.

A investigação na Delegacia de Crimes Ambientais teve início com um pedido do promotor José Romão de Siqueira Neto, da 1.ª Promotoria Criminal de Santana. Um dos documentos que embasaram a decisão do Ministério Público Estadual (MPE) foi o laudo da bióloga e perita criminal Andréa Filomena Freixeda, que avaliou as instalações do canil em outubro do ano passado.

Condição de estresse

No documento, a bióloga conclui que “a caracterização de maus-tratos é visível no local. Os cães dos canis (baias) individuais necessitam em caráter urgente remoção para local definitivamente adequado”.

A perita aponta ainda que além de o tamanho das celas, de 1 metro por 1,10 metro, ser insuficiente, a disposição das baias, uma de frente para a outra, permitindo contato visual entre os cachorros, provoca condição de “estresse e cruel agressão mental”. A Delegacia de Crimes Ambientais irá fazer uma perícia no local.

A situação desses animais é acompanhada há dois anos pela Comissão de Proteção Animal (CPA), que congrega protetores de várias ONGs e independentes. “Recorrer ao Ministério Público foi o que nos restou já que a Prefeitura não toma medidas efetivas para retirar esses animais dessa situação de sofrimento. Nós só queremos que eles sejam tratados com dignidade”, afirma a protetora Lilian Rockenback.

A secretaria argumenta que 14 canis já foram ampliados para 1,60 metro por 1,10 metro. A comissão considera o tamanho ainda insuficiente, beneficiando apenas poucos animais. “A Prefeitura fez algumas poucas coisas sim, mas a maioria dos cães está lá há dois anos batendo a cabeça nas grades de desespero”, avalia a advogada Denise Valente, que integra a comissão.



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